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Setembro Amarelo - Mês de Prevenção ao Suicídio

Olá família Santa Rosa!


Estamos iniciando o mês de setembro, e chamamos os "setembros" de "amarelos" desde o ano de o ano de 2014, todo dia 10 de setembro é oficialmente o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Essa iniciativa começou com a parceria da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, com o Conselho Federal de Medicina – CFM, que realiza medidas para a campanha que se estendem por todo o ano, não apenas no mês de setembro como muitos pensam.


O comportamento suicida abrange eventos que comumente ocorrem em sequência incluindo ideação, planejamento e tentativas de ações autolesivas com intenção de causar a própria morte. O suicídio esta presente na história da humanidade, em todas as diferentes culturas, sendo um comportamento causado por determinantes multifatoriais, incluindo a relação entre fatores genéticos, psicológicos, culturais e ambientais. Dessa forma, entendemos que nestes casos o acumulo destes diversos estes fatores afetam diretamente a forma como pessoas com estes comportamentos percebem a vida.


A iniciativa dessa campanha começa com o crescente e triste aumento dos registros de suicídios no Brasil e no mundo, sendo cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Essa trágica realidade impacta todos os públicos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2019), uma pessoa morre por suicídio a cada 40 segundos, sendo cerca de 800 mil pessoas acometidas todos os anos, é a segunda principal causa de mortes entre jovens com idade entre 15 e 29 anos, ocorrendo 79% em países de baixa e média renda. Contudo, mesmo com a maior prevalência na adolescência a vida adulta, os casos de suicídio infantil aumentaram nos últimos anos, em sua maior parte relacionando-se a causas como exposição exagerada a situações de estresse, e transtornos mentais.


O suicídio impacta a vida dos familiares e pessoas próximas ao falecido, sendo fundamental que essas pessoas busquem apoio psicológico e contem com uma rede de apoio segura para validação do luto e traumas consequentes. No acometimento às crianças, a ideação suicida é menos elaborada que em casos de adolescentes e adultos, isso devido à maturidade nessa fase do desenvolvimento humano. Em casos de suicídio infantil ou adolescente o impacto aos familiares é ainda mais significativo e surgem inevitáveis questionamentos sobre as razões para chegarem a tal ponto, e pensamentos e sentimentos de culpa pelos responsáveis, sendo importante acompanhamento terapêutico familiar e individual.


Em média 70% dos adolescentes que se automutilam acabam tendo ao menos uma tentativa de suicídio. Pode-se considerar automutilação o ato de ser ferir sem o intuito de morrer, como cortes no corpo, beliscar-se, morder-se, queimar-se ou mesmo pular de lugares altos com o propósito de causar fraturas. Relatos de adolescentes revelam que a automutilação alivia seu sofrimento psíquico, além de ser uma maneira de lidar com pensamentos negativos ou até mesmo de expressá-los.

No atual cenário a busca por informações sobre o suicídio contribui significativamente para a prevenção. O suicídio pode ser evitado, e o reconhecimento dos sinais é fundamental para evitar uma tragédia. A OMS reconhece o suicídio como uma prioridade de saúde pública, e a campanha de prevenção têm como objetivo a conscientização sobre os fatores de riscos. Para facilitar a identificação, algumas questões devem ser observadas:

  • Se há tentativas prévias de suicídio;

  • Alterações no humor, ansiedade e agitação;

  • Irritabilidade sem razões aparentes;

  • Falar sobre suicídio/morte;

  • Mudanças no padrão de higiene;

  • Abuso de álcool e outras drogas;

  • Automutilação;

  • Isolamento social;

  • Comportamentos violentos;

  • Comentários com conteúdo de desesperança sobre a vida;

  • Pesquisar sobre métodos de suicídio;

  • Conflitos com relação à identidade sexual.

Todos estes sinais podem estar presentes, ou apenas alguns deles. Em crianças e adolescentes a impulsividade, isolamento social, insatisfação com imagem corporal, presença de transtornos mentais, jogos de asfixia, desentendimentos com colegas, bullying, influência das mídias digitais, ruptura de relacionamentos afetivos, mau desempenho escolar, estrutura e funcionamento familiar prejudicada, e histórico familiar de depressão e suicídio são apontados como fatores de risco para o comportamento suicida. É importante reforçar que as famílias, ainda que apresentem fragilidades em sua estrutura e em seu funcionamento, não devem ser julgadas de forma reducionista, com enfoque que as responsabilizam pelo comportamento das crianças e adolescentes, mas sim reconhecidas como unidade de cuidado profissional em saúde, estimulando o apoio mútuo entre seus integrantes para que incrementem seu potencial de cuidado, respondendo às necessidades essenciais de seus filhos.


O suicídio ocorre geralmente na adolescência. Contudo, crianças pré-adolescentes cometem suicídio e esse problema potencial não deve ser ignorado, estabelecimento de diálogo familiar, relações familiares proximais, e atenção às mudanças de humor e comportamento contribuem para prevenção do suicídio infantil. Exposição a eventos estressantes podem desencadear o suicídio em crianças com um distúrbio da saúde mental como a depressão, podem falar menos que o comum, ter interesse em falar sobre a morte, brincar menos, apresentar isolamento e comportamentos agressivos, chorar demais ou tornar-se apático. Os familiares e amigos devem levar todas as ameaças ou tentativas de suicídio a sério, evitar a exposição a cenários e objetos perigosos, e evitar momentos em que a criança fique sozinha. E buscar imediatamente profissionais de saúde para determinar quão grave é o risco de suicídio, e realizar o tratamento que pode envolver hospitalização, caso o risco seja elevado, medicamentos para tratar outros distúrbios de saúde mental e terapia individual e para a família.


Mas o que fazer se percebo estes sinais de risco em meu filho?


O primeiro passo é buscar o mais breve possível o auxílio de um profissional, um psicólogo infantil tem as atribuições necessárias para orientar os responsáveis nas condutas adequadas e estará disponível para atendimentos emergenciais em casos de crises, e auxilia-los no estabelecimento de rede de apoio e encaminhamentos a outros profissionais para o tratamento.


A não ocorrência da tentativa de suicídio não significa que está tudo bem. Os pensamentos e ideações são fatores de risco que devem ser tratados com um especialista, portanto, com auxilio profissional pode ser criado um ambiente de comunicação positiva com a criança ou adolescente, onde possam mostrar que não estão sozinhos e podem ser ouvidas e apoiadas em seu sofrimento. É importante mostrar que estarão acompanhando todo o processo de cuidado com os profissionais, e permanecer vigilante sobre as atividades cotidianas do menor.


Mudanças no ambiente são necessárias, janelas altas sem tela de proteção, exposição a objetos cortantes, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos devem ser evitados. Evitar as portas de quarto trancadas por longos períodos de tempo, e o acesso a conteúdos online inadequados e filmes ou séries de terror. Conversar frequentemente para saber como a pessoa está se sentindo e o que está fazendo é fundamental.

Onde buscar ajuda para prevenir o suicídio?


CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde),UPA 24H, SAMU 192, Proto Socorro; Hospitais Centro de Valorização da Vida – 188 (ligação gratuita). O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sobre total sigilo, por telefone, email, chat e voip 24 horas todos os dias. Acompanhamento com psicólogo e ou médico psiquiatra.


foto da psicóloga Thayná Cotrim

Thayná Cotrim

Psicóloga CRP03/19303




Confira o vídeo que a Thayná fez nas nossas redes sociais sobre o tema.


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